Nova reunião do Banco Central para discutir taxa de juros está marcada para os dias 21 e 22
O presidente Lula, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e diversos integrantes do governo federal, até porque a presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann, havia se incomodado com a determinação do Bacen de não cortar a Selic na última assembléia do Copom, que ocorreu em início de fevereiro.
Confrontado com a promessa de que apresentará uma nova regra para ajustar as contas públicas em março e, provavelmente, antes da próxima assembleia do Copom, o governo federal tenta persuadir o Bacen de que é hora dos juros começarem a subir caindo.
A economista Deborah Bizarria diz que o Banco Central tem conduzido com cautela a taxa de cobertura de juros, porque o novo quadro fiscal ainda não foi introduzido.
“Ao analisar a ata ultimate do Copom, fica claro que o Banco Central está no caminho de avaliar a evolução da inflação do lado da cobertura fiscal. No entanto, a cobertura fiscal afeta tanto a demanda por fontes no sistema financeiro e, consequentemente, a taxa de juros, mas também afeta a inflação, porque gera aumento nos gastos públicos e também aumento na demanda .”
Taxa de evolução dos juros
Com a pandemia de Covid-19, o Banco Central chegou a baixar a taxa Selic para 2% ao ano, em agosto de 2020. Uma das metas do Bacen period estimular o sistema financeiro, facilitando a tomada de crédito por empresas e residentes fazer um contrapeso às medidas restritivas de movimento que afectaram o exercício financeiro. As taxas de juros permaneceram no menor patamar da arrecadação histórica por seis meses.
Como forma de administrar a alta da inflação, que passou de 3,3% em março de 2020 para 12,13% em abril de 2022, o Copom passou a manobrar no sentido inverso. Iniciou-se um ciclo de juros excessivos que só foi interrompido nos últimos 12 meses de setembro. Desta vez, o objetivo do institution – que tem como uma de suas metas manter a inflação dentro das metas pré-estabelecidas – period desestimular o consumo, fazendo com que a inflação recuasse.
A Selic está em 13,75% desde agosto e não há consenso entre os analistas sobre a posterior transferência do Bacen. Alguns apostam que a próxima assembleia pode reduzir os juros, enquanto outros imaginam que vai demorar mais. No entanto, eles concordam que a decisão do Banco Central dependerá do que a equipe financeira do governo federal propõe como uma nova regra fiscal para mudar o teto de gastos.
De acordo com o deputado federal Joaquim Passarinho (PL-PA), juros excessivos são o tratamento contra a inflação. “Não adianta reclamar da medicação. Temos que cuidar das causas que estão fazendo a inflação subir. Vamos nos concentrar na doença. E a doença é a inflação, que corrói os custos e os torna problemáticos para os mais necessitados e os mais pobres. Há uma falta de uma cobertura clara. A intenção do governo federal de prorrogar mais uma vez os impostos só gera incerteza, o que gera falta de financiamento, inflação e juros excessivos.”
Autonomia
Em meio ao desconforto em relação ao tamanho dos juros, o presidente Lula chegou a dizer que, após a passagem de Roberto Campos Neto à frente do Bacen, ele poderia tentar reverter a autonomia do estabelecimento. A mudança, no entanto, gostaria de passar pelo Congresso Nacional, o que parece improvável, a julgar pelos discursos dos presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). .
Professor de economia da FGV Rio, Mauro Rochlin afirma que as taxas de juros atuais do país são excessivas, mas que isso não implica na oposição do Bacen às atuais autoridades.
“Esse preço já period praticado muito antes da eleição do presidente Lula. Tivemos uma situação de inflação mais ou menos comparável desde antes das eleições. Minha indagação é: por que essa crítica não foi produto da inflação concentrada no regime, antes?”
Diante disso, o especialista defende a autonomia do Bacen, com o objetivo de evitar interferências políticas na taxa de juros, independentemente do governo federal. Defende a manutenção da não coincidência dos mandatos do Presidente da República e do Presidente da Instituição Financeira Central. “Exatamente para que haja essa convivência de um presidente da nação, com o presidente do Banco Central, e um não seja, por exemplo, padrinho do outro”, completa.
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Com informações de Brasil 61