Novo quadro é essencial para equilíbrio fiscal, avalia PGFN
O novo arcabouço fiscal traz a lógica de olhar as contas públicas de forma integral e é fundamental para o equilíbrio fiscal do país. A afirmação é da procuradora-geral da Fazenda Nacional, Anelize de Almeida. A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) assessorou o Ministério da Fazenda na elaboração da nova norma tributária.
O projeto do novo regime tributário foi votado no plenário da Câmara dos Deputados concluído na quarta-feira (24).
“O novo quadro fiscal tem a lógica de olhar o sistema de contas públicas de forma integral, perceber que a receita está crescendo, perceber se a despesa ultrapassou o limite, que é um limite aceitável. As necessidades da população são infinitas, mas os recursos são finitos e faz parte do governo olhar isso de forma integrada”, disse Anelize de Almeida, em entrevista ao programa Brasil em pautaque vai ao ar neste domingo (28), no TV Brasilàs 22h30.
O novo regime tributário das contas da União substituirá o atual teto de gastos. Depois de passar pela Câmara, o texto segue para análise do Senado Federal. “É muito importante que, dentro dessa nova lógica, tanto a arrecadação quanto a despesa sejam equilibradas para que a carga tributária não seja muito superior à capacidade de pagamento dos contribuintes e que as despesas não fiquem muito aquém das necessidades de investimentos em infraestrutura, necessidades de políticas sociais como o Minha Casa, Minha Vida, como o Programa Mais Médicos, por exemplo”, explicou o procurador-geral da Fazenda Nacional.
Além do arcabouço fiscal, outro tema em discussão no Congresso Nacional relacionado à arrecadação e às contas públicas é a reforma tributária que, segundo Anelize de Almeida, se aprovada, trará benefícios aos cidadãos e às três esferas de governo. “É uma reforma que busca simplificar o sistema tributário, que tem como um de seus pilares a redução da litigância”, afirmou. E acrescentou: “Vai facilitar a vida do cidadão, vai facilitar a relação federativa entre União, estados e municípios. A reforma tributária é um projeto ambicioso”.
Segundo ela, a reforma garantiria racionalidade ao sistema tributário e reduziria a regressividade. “O sistema tributário brasileiro é muito regressivo, o que significa que ele cai sobre os ombros, é suportado por quem tem renda menor. Por exemplo, uma criança pequena usa fralda, e uma pessoa que ganha R$ 1.000 e outra que ganha R$ 10.000 paga o mesmo valor de imposto sobre isso, pesa muito mais para uma pessoa que ganha menos e isso é muito cruel. ”
Na semana em que foi comemorado o Dia Nacional de Respeito ao Contribuinte, em 23 de maio, Anelize de Almeida disse que uma das funções da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional é ajudar cidadãos e empresas a cumprirem suas obrigações tributárias da forma mais simples forma, mais fácil e mais acessível. Ela também falou sobre o Programa Litígio Zero, de regularização tributária, que prevê a possibilidade de renegociação de dívidas. A iniciativa é da Receita Federal.
“Existem muitos estudos nacionais e internacionais que mostram que, quanto mais regular o cidadão e a empresa, mais isso gera empregos, mais isso retorna para a sociedade, então não é interessante que as pessoas fiquem endividadas”, disse. A PGFN é o órgão responsável pelo registro dos débitos na dívida pública da União.