PEDRO LUPION (PP-PR): “A volta das invasões de terras produtivas é um retrocesso”

Com o auxílio da Entrada Parlamentar da Agricultura (FPA), o deputado tenente-coronel Zucco (Republicanos-RS) protocolou, nesta quarta-feira (15), o pedido de instauração de CPI para analisar as invasões de bens pessoais pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O aparelho chegou a 172 assinaturas, mais uma do que obrigatória. A instalação da CPI agora depende de uma escolha do prefeito Arthur Lira (PP-AL).

O presidente da FPA, deputado Pedro Lupion (PP-PR), disse que a bancada vai atender até pedidos prementes de tramitação de pagamentos que caracterizem invasões de terras produtivas como terrorismo e melhorem a pena para essas ações.

Na semana passada, o presidente da FPA havia afirmado que as invasões do MST haviam gerado “barulho” na tentativa de aproximar o agronegócio das autoridades de Lula. O deputado federal afirmou não concordar com a postura de mediação da batalha adotada pelo Governo, porém reconheceu que houve uma mudança de tom de alguns ministros, que passaram a sentenciar as ações.

Tanto o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), quanto o ministro do Crescimento Agrário, Paulo Teixeira (PT), condenaram as invasões.

À frente do grupo mais importante do Congresso Nacional, com 344 parlamentares, Lupion defendeu ainda a necessidade de “situações mínimas” de diálogo entre a FPA e o governo federal, para o desenvolvimento de políticas públicas de seguro para a agricultura, independentemente das tendências ideológicas. divergências com o PT, confraternização do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Conversamos com o deputado federal, Pedro Lupion, sobre essa e outras questões de precedência da Entrada Parlamentar da Agricultura (FPA).

Dê uma olhada em alguns trechos do diálogo abaixo:

BRASIL 61: Como a Entrada Parlamentar da Agricultura (FPA) tem visto essas invasões? E o que a bancada considera o lugar do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Doméstica (MDA) e do poder federal?

Divisão Peter Lupion: Um verdadeiro retrocesso, isso é uma coisa que o Brasil não via há muito tempo e que não combina em pleno 2023. A sociedade não se conforma com isso, não há situações que justifiquem a invasão de identidades pessoais propriedade, de propriedade produtiva, é um verdadeiro absurdo. O governo federal começou muito timidamente a se posicionar, mas o fez. Deverá constar que tanto o ministro Paulo Teixeira (MDA) quanto o ministro Fávaro (MAPA) se manifestaram contra a invasão de terras produtivas. Mas continua faltando a mão firme do Presidente da República e do governo federal para dizer: pare com isso, que está prejudicando a nação.

BRASIL 61: As invasões do MST geraram “barulho” na tentativa de aproximar o agronegócio do governo Lula?

Divisão Peter Lupion: Veja ideologicamente, nunca seremos aliados dessas autoridades. A ideologia é totalmente diferente do que defendemos, do que prevemos. No entanto, construir pontes é crítico. É visível que agora estamos cobrando e pedindo ao governo federal que reaja e reaja fortemente. Não há nenhum propósito para permitir que isso ocorra. A propósito, cabe uma ressalva e parabéns a todos os governadores que atuaram. Não é o caso da Bahia, que o governador da Bahia só não está cumprindo a reintegração de posse. Porém mais de dez governadores do país já se posicionaram contra qualquer tipo de invasão de patrimônio pessoal e isso pode ser uma norma, está na Lei e no Código Penal não há a menor hipótese de alguém simplesmente aceitar isso.

BRASIL 61: Como a FPA pretende se comportar em relação às CPIs de Invasão de Terras? Qual é a posição que a entrada tem tomado em relação às propostas?

Divisão Peter Lupion: Efetivamente, a CPI só não é nossa, ok? A CPI é dos três parlamentares que ofereceram, Ricardo Salles, Kim Kataguiri e Zucco que é o idealizador do pedido que prosperou. Nós da FPA ajudamos a coletar assinaturas, achamos que a investigação é importante, mas também estamos fazendo outras coisas. Estamos urgentemente envolvidos no desafio 8262/17, que oferece a eliminação de invasores e também melhora a pena, aumentará a pena de desapropriação de bens, remove esses responsáveis ​​​​por invasões de aplicativos sociais de autoridades. Temos até aquele desafio do Fraga sobre o terrorismo, baseado principalmente no terrorismo. Fizemos os pedidos de conhecimento para saber de onde vem o financiamento e quem está organizando essas invasões. Então já temos vários rastros de mão de obra dentro da própria Portaria Parlamentar da Agricultura para ter certeza de que podemos acabar com essa onda de invasões inédita no Brasil e que não se via há muito tempo. E não é o momento, 2023 só não é o momento de vermos uma parte retrógrada e um revés como esse.

BRASIL 61: Agora em relação à Reforma Tributária: o que o principal declara que a bancada precisa avançar?

Divisão Peter Lupion: Efetivamente, primeiro esclareça a diferenciação de taxas que é extraordinariamente obrigatória. No momento, não podemos perceber que não é perigoso para os produtores rurais brasileiros, um preço único dentro da cadeia produtiva. Acho que esse é o nível básico, temos que esclarecer na Estrutura a diferenciação das ações agrícolas, porque hoje em dia devemos realmente fazer nossa contribuição para o Produto Interno Bruto (PIB) não punitiva, mas construtiva em relação respeitando um setor vital como o nosso. Atualmente tenho pontos de competitividade, por exemplo, com trigo, que é uma realidade, e pontos totalmente diferentes com feijão, arroz, café expresso e até produtos que podem ser industrializados, ou seja, temos agora dentro do mesmo complexo completo , que é a cadeia produtiva brasileira, a agricultura brasileira, agora temos mercadorias principais e agora processamos mercadorias. Tudo isso precisa ser diferenciado, essa é a nossa principal preocupação. Não podemos fazer um cálculo da carga tributária do produtor agrícola, se não tivéssemos um preço distinto. E parte, de todos os países que foram avaliados, mais de 40 países que nosso grupo de trabalho técnico avaliou aqui, que hoje têm IVA, um imposto sobre o consumo, apenas 4 desses países não teriam distinção dentro o preço, isto é, estou falando de nações que não são nações produtoras. Estou falando da Dinamarca e da Estônia, nações que podem ser importadoras. E para nós já é uma preocupação gigante, não consigo perceber como funcionaria uma Reforma Tributária sem cobranças completamente diferentes.

BRASIL 61: A bancada se reuniu com o relator da proposta na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e com o coordenador do grupo de trabalho, Reginaldo Lopes do (PT-MG), como essas articulações vão chegar propostas de negócios de sucesso?

Divisão Peter Lupion: Acho que depende muito da nossa capacidade de articular política e negociar isso. Estamos envolvidos em diferentes momentos das reformas tributárias. Estamos falando de Reforma Tributária no país por causa da Estrutura. Ou seja, a dedicação, as questões e talvez nos últimos dois anos, três anos houve um maior aprofundamento em relação ao aprofundamento dessas discussões sobre Reforma Tributária e agronegócio, o setor sempre esteve um pouco à margem nesse sentido. Existem várias teorias de que essa reforma é do setor monetário, essa reforma é do empresariado, essa reforma é perigosa para o nosso setor, então temos que fazer, nos fazer ouvir. Essa é a articulação política da entrada e esta assistência política da entrada com esta demonstração de poder, praticamente todos os dias, implica claramente que somos ouvidos. No momento o secretário ouviu assuntos, por exemplo, como a miscigenação da avicultura, por exemplo, que é uma coisa que nos preocupa muito. Há um assunto fiscal específico completo neste setor. O produtor embutido, aquele produtor embutido que recebe o frete ou a ração, ele não é comprador de alguma coisa, ele engorda e entrega esse produto, ou seja, ele recebe por um serviço prestado. Como será essa tributação? São temas extraordinariamente particulares que o próprio secretário desconhecia. Assim, teremos que ter muito diálogo para podermos atingir algum denominador comum e sermos capazes de dar com sucesso o apoio e poder político de nossa entrada em prol desta reforma. Agora é aparente. Tivemos uma reunião com o grupo de trabalho que foi mais uma apresentação, mas não tivemos uma reunião técnica com outros parlamentares. E não adianta querer tirar os 345 parlamentares da entrada e colocá-los em uma sala para debater, porque não podemos fazer um debate. Estamos listando alguns parlamentares que estão mais próximos do tema – das leis tributárias e os parlamentares podem estar colaborando todos os dias dentro do grupo de trabalho e colaborando nessas discussões para que possamos atingir nossos objetivos e é isso que estamos engajado.

BRASIL 61: A FPA já colocou como prioritário no Congresso o projeto de Regulamento de Defensivos Agrícolas, Regularização Fundiária e Licenciamento Ambiental, que tramita no Senado. Esses indicadores avançarão ou o foco principal será apenas a Reforma Tributária?

Divisão Peter Lupion: Agora temos uma bancada grande, agora são 44 senadores que aderiram à Entrada Parlamentar. Isso nunca aconteceu. E agora sob a coordenação da ministra Tereza Cristina no Senado, acho que as coisas vão passar.

Com informações de Brasil 61

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