Poupança tem saque líquido recorde de R$ 11,75 bilhões em maio

Poupança tem saque líquido recorde de R$ 11,75 bilhões em maio
Poupança tem saque líquido recorde de R$ 11,75 bilhões em maio

A mais tradicional financeira para os brasileiros continua registrando saques recordes de recursos. Em maio, os brasileiros sacaram R$ 11,75 bilhões a mais do que depositaram na poupança, informou o Banco Central (BC) nesta terça-feira (6).
Este é o maior saque líquido (saques menos depósitos) para o mês de maio desde o início da série histórica, em 1995. O desempenho contrasta com maio do ano passado, quando correntistas depositaram R$ 3,51 bilhões a mais do que sacaram.

Com o desempenho de maio, a poupança acumulou uma retirada líquida de R$ 69,23 bilhões no acumulado do ano. O aplicativo registra o maior saque acumulado no período desde 1995. Nos primeiros cinco meses do ano passado, os saques superaram os depósitos em R$ 46,73 bilhões.

Em 2022, o carnê registrou saída líquida recorde (mais saques do que depósitos) de R$ 103,24 bilhões, em um cenário de alta inflação e endividamento. Os rendimentos voltaram a ser ganhos com a inflação devido ao aumento da taxa Selic (taxa básica de juros da economia), mas outras aplicações de renda fixa continuam sendo mais atrativas do que a poupança.

Em 2020, a poupança havia registrado arrecadação líquida recorde (depósitos menos saques) de R$ 166,31 bilhões. A instabilidade no mercado de títulos públicos no início da pandemia de covid-19 e o pagamento do auxílio emergencial, que era depositado em cadernetas de poupança digital da Caixa Econômica Federal, contribuíram para o resultado.

Em 2021, a poupança teve um saque líquido de R$ 35,5 bilhões. A candidatura foi pressionada pelo fim do auxílio emergencial, baixa renda e maior endividamento dos brasileiros.

Desempenho

Até pouco tempo atrás, a poupança rendeu 70% da Taxa Selic (taxa básica de juros da economia). Desde dezembro do ano passado, a aplicação passou a render o equivalente à Taxa Referencial (TR) mais 6,17% ao ano, porque a Selic voltou a ficar acima de 8,5% ao ano. Atualmente, os juros básicos estão em 13,75% ao ano, o que fez com que as aplicações financeiras não perdessem mais para a inflação pela primeira vez desde meados de 2020.

Nos 12 meses encerrados em maio, a aplicação rendeu 8,38%, segundo o Banco Central. No mesmo período, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor-15 (IPCA-15), que funciona como um prévia da inflação oficial, chegou a 4,07%. O IPCA completo de maio será divulgado nesta quarta-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Foto de © Marcello Casal JrAgência Brasil
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