Presidente defende investimento em ferrovias

Presidente defende investimento em ferrovias
Presidente defende investimento em ferrovias

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta segunda-feira (3), que o Brasil precisa de mais investimentos no modal ferroviário e que a siderurgia nacional pode ser mais competitiva. Para isso, segundo ele, o governo precisa oferecer estabilidade política, econômica e social aos empresários.
“Este país definitivamente precisa cumprir esses compromissos: estabilidade, credibilidade e previsibilidade. Temos que colocar no papel e cumprir o que colocamos no papel para que ninguém seja pego de surpresa”, disse Lula, durante solenidade de início das obras do Lote 1F da Estrada de Ferro de Integração Oeste-Leste (Fiol), em Ilhéus , na costa. da Bahia.

“Gostaria de dizer aos empresários que estão nessa empreitada de construir a ferrovia que não é do interesse de um empresário ou de outro empresário, é do interesse da soberania nacional construir esta e outras ferrovias do país. para que possamos ter este país competitivo com qualquer outro país do mundo”, acrescentou.

Ainda para o presidente, o desenvolvimento do país e a melhoria da qualidade de vida da sociedade passam pela formação e qualificação profissional da população. Lula lembrou que, apesar do projeto da malha ferroviária brasileira ser antigo, o país deixou de formar engenheiros ferroviários e de investir na indústria desse modal.

“Este país não produz mais trilhos, aliás, este país não produz mais dormentes. Lembro que criamos a maior fábrica de dormentes do mundo quando começamos a fazer a Transnordestina. E hoje ela parou. A CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) há 40 anos produzia trilhos, hoje não produz mais”, disse Lula.

“Então, é uma pena um país do tamanho do Brasil, que quer ter uma malha ferroviária para facilitar o transporte de suas riquezas, ter que importar ferrovia de outro país, com a quantidade de minério de ferro que temos e o número de siderúrgicas. que nós temos. Isso é um desafio para nós, o Brasil está importando trilhos quando poderia produzir aqui, para gerar mais empregos no país e oportunidades de crescimento da cidadania do nosso povo”, argumentou o presidente.

integração ferroviária

A Fiol é formada por três trechos, sendo que o primeiro – Fiol 1 – liga as cidades baianas de Ilhéus e Caetité, com 537 quilômetros de extensão, e passa por 19 municípios. A previsão para o início da operação desse trecho é a partir de 2027, mas Lula pediu que sejam feitas “horas extras” para que a obra seja entregue antes do fim de seu mandato, em 2026.

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que o projeto da Fiol fará parte do novo programa de infraestrutura do governo, que deve ser lançado ainda este mês.

Segundo o governo, a integração ferroviária consolidará um corredor de escoamento para o mercado externo de minério de ferro na região sul do estado e de grãos na região oeste. Quando estiver em pleno funcionamento, estima-se que a utilização do modal promova uma redução de 86% na emissão de gases de efeito estufa na atmosfera.

As obras do Lote 1F da Fiol estão sob responsabilidade da Bahia Mineração (Bamin), que ganhou a concessão do trecho em leilão realizado em abril de 2021.

Com 127 quilômetros de extensão, o Lote 1F é um dos cinco lotes da Fiol 1 e passa por Ilhéus, Uruçuca, Ubaitaba, Gongogi, Itagibá, Aurelino Leal e Aiquara. Dos quatro lotes restantes, dois já estão concluídos.

As obras do trecho receberão investimentos de R$ 1,5 bilhão da Bahia Ferrovias (Bafer), subconcessão da Bamin, e serão executadas pelo Consórcio TCR-10, formado pela brasileira Tiisa e pela chinesa CREC -10.

No total, a Fiol terá 1.527 quilômetros de extensão. A ferrovia ligará o futuro porto de Ilhéus ao município de Figueirópolis, no Tocantins, onde fará a ligação com a Norte-Sul.

A Agência Nacional de Transportes Terrestres trabalha na concessão dos outros dois trechos: a Fiol 2, entre Caetité e Barreiras, na Bahia, com obras em andamento, e a Fiol 3, de Barreiras a Figueirópolis, que ainda aguarda licença de instalação.

Foto de © Ministério da Infraestrutura
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