Previsão de inflação no mercado financeiro sobe para 6,01% em 2023
A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, passou de 5,98% para 6,01% neste ano. A estimativa consta do Boletim Focus desta segunda-feira (17), pesquisa divulgada semanalmente em Brasília pelo Banco Central (BC) com as expectativas das instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.
Para 2024, a projeção de inflação era de 4,18%. Para 2025 e 2026, as projeções são de inflação de 4% para os dois anos.
A estimativa para este ano está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo Banco Central. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3,25% para 2023, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 1,75% e o limite superior é de 4,75%. De acordo com BCa chance da inflação oficial ultrapassar o teto da meta em 2023 é de 83%.
A projeção do mercado para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta esperada, fixada em 3%, mas ainda dentro da faixa de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Em março, o inflação desacelerou em todas as faixas de renda. Ainda assim, impulsionado pelo aumento dos preços dos combustíveis, o IPCA foi de 0,71%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é inferior ao de fevereiro (0,84%). Em 12 meses, o indicador acumula 4,65%, abaixo de 5% pela primeira vez em dois anos.
juros básicos
Para atingir a meta de inflação, o Banco Central utiliza como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, fixada em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa está nesse patamar desde agosto do ano passado e é o maior patamar desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar.
Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre 2023 em 12,5% ao ano. É a primeira vez em dois meses que os agentes econômicos preveem uma redução maior da taxa básica de juros para o final deste ano; anteriormente, ficou em 12,75% por oito semanas consecutivas.
O nível da Selic é motivo de divergência entre o governo federal e o Banco Central. Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso afeta os preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Assim, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.
Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivos à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.
Até o final de 2024, a estimativa é que a taxa básica caia para 10% ao ano. Para o final de 2025 e 2026, a projeção é de Selic em 9% ao ano e 8,75% ao ano, respectivamente.
PIB e taxa de câmbio
A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste ano passou de 0,91% para 0,9%.
Para 2024, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) – soma de todos os bens e serviços produzidos no país – é de crescimento de 1,4%. Para 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta crescimento do PIB de 1,72% e 1,8%, respectivamente.
A expectativa para a cotação do dólar é de R$ 5,24 para o final deste ano. Até o final de 2024, a previsão é de que a moeda norte-americana permaneça em R$ 5,26.