Previsão do mercado financeiro para inflação sobe para 5,96%
A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, passou de 5,93% para 5,96% neste ano. A estimativa consta do Boletim Focus desta segunda-feira (3), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC), em Brasília, com as expectativas das instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.
Para 2024, a projeção de inflação era de 4,13%. Para 2025 e 2026, as projeções são de inflação de 4%, para ambos os anos.
A estimativa para este ano está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo Banco Central. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3,25% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 1,75% e o limite superior é de 4,75%.
Segundo o BC, o chance de a inflação oficial ultrapassar o teto da meta em 2023 é de 83%.
Da mesma forma, a projeção do mercado para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta esperada, fixada em 3%, mas ainda dentro da faixa de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Em fevereiro, impulsionado pelo grupo de educação, com os reajustes aplicados pelos estabelecimentos de ensino na virada do ano, o IPCA foi de 0,84%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o resultado, o indicador acumula alta de 1,37% no ano e de 5,6% nos últimos 12 meses.
Tarifas
Para atingir a meta de inflação, o Banco Central utiliza como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, fixada em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa está nesse patamar desde agosto do ano passado e é o maior patamar desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar.
Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre o ano em 12,75% ao ano. Até o final de 2024, a estimativa é que a taxa básica caia para 10% ao ano. Para o final de 2025 e 2026, a projeção é de Selic em 9% ao ano e 8,75% ao ano, respectivamente.
Quando o Copom eleva a taxa básica de juros, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso afeta os preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Assim, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivos à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.
PIB e taxa de câmbio
A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste ano ficou em 0,9%, a mesma da semana passada.
Para 2024, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país) é de crescimento de 1,48%. Para 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta crescimento do PIB de 1,8% para ambos os anos.
A expectativa para a cotação do dólar é de R$ 5,25 para o final deste ano. Até o final de 2024, a previsão é de que a moeda norte-americana permaneça em R$ 5,30.