Quadro fiscal não prevê revisão de gastos ineficientes, critica economista
“Como a meta do enquadramento é o excesso, há uma tendência de caçar receita e melhorar a carga tributária, caso o governo federal realmente precise gastar mais, mesmo com os gatilhos entre 30% e 70% da receita , que é o que o governo federal pode gastar. Se o Brasil crescer muito e a coleta crescer muito, há um limite, que é de 2,5%, e se tivermos agora um desastre, protegeria o mínimo de 0,6%. O incentivo geral é que o governo federal esteja o tempo todo em busca de renda extra e nunca revisando essencialmente os gastos”, explica.
As unidades de empreendimento limitam-se à expansão das grandes despesas, com reajustes anuais, contemplando o Índice Nacional de Valorização da Clientela Alargada (IPCA) e uma proporção sobre a expansão das grandes receitas. Especialista em Regulação Tributária da PUC/SP e assessor da Associação Brasileira de Advocacia Fiscal (ABAT), Eduardo Natal, explica que as autoridades atuais precisam ter um patrimônio ‘dinheiro’ extra para atender a sua dedicação social “mais profunda”.
“O arcabouço, em linhas gerais, é uma proposta de condução das contas do sistema econômico brasileiro em que se leve em consideração que os limites do déficit ou da dívida pública podem ser maiores ou menores em função das receitas que a nação consegue arrecadar, principalmente da União Autoridades. . É uma métrica repassadora, se arrecadar a mais, o governo federal pode gastar a mais”, diz.
Novo quadro fiscal incentiva “círculo vicioso” de aumento da inflação e gastos do governo, diz economista
Inflação em queda e pautas econômicas no Congresso aumentam otimismo do setor
Reforma tributária e quadro monetário
A reforma tributária (PEC 45/2019) visa simplificar o sistema tributário brasileiro — apontado pelo Banco Mundial como um dos piores do planeta — e maior transparência para o contribuinte. A proposta unifica os 5 principais impostos sobre o consumo de produtos e serviços em um Imposto sobre Bens Gêmeos (IVA). Em observação, dois impostos. De um lado, IPI, PIS e Cofins, da União, dão origem à Contribuição sobre Itens e Prestadores (CBS). Alternativamente, ICMS (estadual) e ISS (municipal) formam o Imposto sobre Itens e Fornecedores (IBS)
Daniel Moreti, Doutor e Mestre em Regulação Tributária pela PUC/SP e Desembargador do Tribunal de Contas e Preços do Estado de São Paulo, explica que a reforma tributária e o arcabouço fiscal são duas faces da mesma moeda. Em resposta à perícia fiscal, a reforma visa corrigir questões do actual sistema com medidas associadas ao sortimento; a estrutura cuida dos gastos da presidência.
“O quadro fiscal oferece o acabamento oposto, que é a forma e os limites presentes ou não para o Estado gastar. É evidente que essas duas pontas têm que ser equilibradas, caso contrário podemos ter problemas muito graves dentro das contas públicas, basicamente. Então, espera-se que esse quadro fiscal seja aceito tão rapidamente quanto o Congresso Nacional voltar — e que os limites estabelecidos provavelmente sejam respeitados”, ressalta.
Aprovado pelo Senado no final de junho, o novo regime fiscal provavelmente será analisado novamente pela Câmara dos Deputados ainda na segunda metade deste ano, porque o conteúdo textual sofreu alterações.
Com informações de Brasil 61