Reabertura de fábrica no Paraná reduzirá importação de fertilizantes

Reabertura de fábrica no Paraná reduzirá importação de fertilizantes

A reabertura da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR) e a conclusão das obras da Fafen Mato Grosso do Sul (Fafen-MS) podem reduzir pela metade a importação desses insumos atualmente feita pelo Brasil, da ordem de 80%. A avaliação foi feita nesta terça-feira (18) pelo coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar. A FUP integrou o grupo de trabalho (GT) criado pela Petrobras para discutir a reabertura da Fafen-PR.
Bacelar disse Agência Brasil que a expectativa da FUP, com a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, era a retomada da produção de fertilizantes nitrogenados pela Petrobras. “Isso estava no programa de governo dele, que ajudamos a construir, no capítulo de energia”, lembrou. Com o resultado da eleição e as mudanças na gestão da Petrobras, “conseguimos nos inscrever para participar desse grupo de trabalho que vai discutir a questão dos fertilizantes no país”, acrescentou Bacelar.

Inicialmente, será feita uma discussão sobre a Araucária Nitrogenados (Ansa), que é a Fafen do Paraná, que está fechada desde março de 2020, tendo demitido 400 trabalhadores próprios e cerca de 600 terceirizados. A intenção é buscar um processo de reabertura da fábrica e readmissão dos funcionários demitidos.

Nordeste

“A ideia é que o GT não discuta apenas a questão da Fafen-PR e Fafen-MS, que estão com 87% de avanço nas obras, mas também a retomada das fábricas na Bahia e em Sergipe que, hoje, estão arrendadas ao grupo Unigel”, informou Deyvid Bacelar. “Acreditamos que teremos sucesso em todo o processo.”

Embora a Petrobras tenha estipulado um prazo de 90 dias para a apresentação do cronograma pelo GT, Bacelar disse que o prazo pode ser reduzido. “Ou que durante a obra do GT já tenhamos ações sendo colocadas em prática, e que não haja necessidade, por exemplo, de esperar 90 dias para a fábrica paranaense ‘desligar’ e ela retomar a manutenção dos equipamentos que estão lá, parados há mais de três anos.”

Incluindo a reabertura da Fafen-PR, a conclusão da Fafen-MS e a retomada das fábricas na Bahia e em Sergipe, a expectativa é de que a necessidade de importação de fertilizantes nitrogenados no Brasil caia para algo em torno de 10% a 15%. Além de reduzir a dependência de importações, o objetivo é aumentar a participação do Estado na produção nacional.

Além de Deyvid Bacelar, fazem parte do GT Alberico Santos Queiroz Filho, diretor do Sindipetro Unificado, e Ademir Jacinto da Silva, diretor do Sindiquímica do Paraná. Segundo representantes da FUP, a unidade paranaense está em boas condições e tem capacidade para produzir 30 mil metros cúbicos de oxigênio por hora. A Fafen-PR necessita apenas de manutenções, conforme as normas, e vistorias gerais para garantir a segurança dos trabalhadores e da comunidade.

Petrobras

Em nota, a Petrobras informou à Agência Brasil que não há decisão da Diretoria Executiva ou do Conselho de Administração sobre a reabertura da Araucária Nitrogenados, no Paraná, e a conclusão das obras da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III, no Mato Grosso do Sul”.

“No momento, a empresa desenvolve análises para definir as melhores alternativas para a execução de sua estratégia no setor de fertilizantes, no âmbito de seu planejamento estratégico”. A empresa disse ainda que “as suas decisões são baseadas em análises criteriosas e estudos técnicos, em conformidade com as práticas de governança e procedimentos internos aplicáveis”.

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