Reforma tributária aprovada na Câmara é o primeiro passo para a reindustrialização do país, avalia economista
O especialista também acredita que o país voltará a gerar empregos no setor industrial, a médio e longo prazo. “É o setor que paga os melhores salários e tem empregos de maior qualidade, porque são as funções que exigem essencialmente maior profundidade tecnológica”, acrescentou.
O comércio brasileiro participa com 10% do valor agregado do PIB nacional e contribui com 30% dos impostos indiretos cobrados no país, segundo informações do IBGE. De acordo com Oreiro, a nova legislação tributária deveria significar ajuda fiscal para o setor produtivo.
“Nosso sistema tributário não tem equidade horizontal, ou seja, os setores do conceito de exercício financeiro devem arcar com a mesma carga tributária. A verdade é que o comércio é o setor que paga essencialmente os impostos mais oblíquos no Brasil, devido, por exemplo, ao foco de muitos impostos como o IPI e o IPTU”, exemplificou.
Em nota oficial divulgada nesta sexta-feira (7), a Confederação Nacional do Comércio (CNI) diz considerar a aprovação da reforma tributária “uma conquista de toda a nação”. “Aguardada há mais de 30 anos, a modernização do sistema de tributação do consumo permitirá aos contribuintes, residentes e empresários pagarem os seus impostos de forma extra racional e clara, de acordo com orientações claras e adequadas”, resumiu a entidade.
Para a CNI, é fundamental que a reforma tributária avance brevemente no Senado, “sustentando os fatores construtivos da proposta autorizada pela Câmara dos Deputados”. “O manequim que defendemos elimina o principal impedimento para que o Brasil se desenvolva de forma sustentada, ao erradicar os entraves ao financiamento e à venda de um cenário empresarial que favorece a expansão das empresas, a era do emprego e o avanço da renda brasileira”, listou o Presidente Robson Braga de Andrade dentro da afirmação.
acabamento do cumulativo
No entendimento da CNI, um dos grandes gargalos do atual sistema tributário são os impostos incidentes sobre os impostos incidentes sobre produtos e fornecedores. Esta distorção, considera a entidade, representa uma tributação extra e oculta, que se acumula em todas as fases da cadeia de consumo, desde os fornecimentos crus ao produto acabado que chega ao consumidor. “O Twin IVA acaba com a cumulatividade ao criar um sistema transparente e racional de crédito tributário que pode finalmente ter a capacidade de ser usufruído por empresas de todos os setores da economia”, comemora.
José Luís Oreiro reforça que o topo da cumulatividade vai reduzir os preços das empresas com contabilistas e procuradores fiscais. “Com a introdução do imposto sobre produtos e serviços, que será cobrado no local de férias e não na origem, muitas ações cumulativas serão erradicadas. Além de simplificar o processo de recolhimento, deve-se ter apenas um preço de imposto sobre o produto industrializado em todo o Brasil, simplificando a legislação tributária. É a única reforma que realmente vai aumentar a competitividade do comércio brasileiro tanto no mercado doméstico quanto no mundial”, afirmou.
De acordo com o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), coordenador do Grupo de Trabalho sobre Reforma Tributária na Câmara, já era hora de alterar o “sistema tributário mais complicado, burocrático e complexo do planeta”.
“É uma reforma que pode dar ao sistema econômico brasileiro competitividade, efetividade produtiva. E o resultado disso é que teremos um sistema tributário contemporâneo, um sistema que é um costume mundial e o povo brasileiro nunca mais pagará impostos ou impostos ocultos. Ele saberá muito os preços dos produtos e muito os preços dos impostos, e a consequência disso é que o brasileiro poderá ter serviços mais baratos. O brasileiro poderá sonhar com o novo emprego porque o Brasil voltará a competir com o mercado interno, hoje dominado por importações que geram empregos no exterior”, garantiu.
Com informações de Brasil 61