Reforma tributária pode reduzir impactos do comércio eletrônico ilegal, avalia especialista
“Acho que a reforma tributária deve trazer esperança de uma melhor competitividade para a situação nacional em comparação com a mundial. Se você proteger apenas o mercado doméstico e fechar o mercado internacional, isso também lhe traria prejuízos. Não é simplesmente blindagem. Está trazendo mais justiça tributária para a cadeia, principalmente industrial e de fornecedores”, argumenta.
Coordenador da Câmara Parlamentar de Negócios Têxteis, o deputado federal Eduardo Bismarck (PDT-CE) conseguiu aprovar um pedido de audiência pública para debater a incidência de tributos e a digitalização de tributos sobre mercadorias compradas pela web no âmbito de um trabalho grupo dentro da Câmara.
O parlamentar acredita que a disputa envolvendo o varejo digital nacional e mundial deve estar presente nas discussões da reforma tributária. “Agora temos que dar uma olhada nas compras on-line. Acho que passa por esse caminho da reforma tributária. Qual é o grande negócio lá? Cabe a você tentar colocar essas operações na mesa e adequá-las à regra, além das operações em diferentes localidades internacionais.”
Leonardo Roesler diz que o comércio digital irregular e a falta de robustez nas inspeções afetam a receita das autoridades e também as empresas domésticas.
“Reduz receitas do governo que poderiam ser utilizadas em investimentos em infraestrutura, saúde, educação. Ele falha em proteger o comércio nacional devido a esse desequilíbrio. Não consegue fazer com que o mercado doméstico tenha preços mais agressivos, porque vem com quase zero impostos. Gera injustiça, pois alguns consumidores pagam impostos e outros não; distorce o mercado e impacta negativamente o comércio internacional. Desestimula o financiamento internacional e prejudica a imagem do país”, enumera.
Disputa
Plataformas mundiais de e-commerce correspondentes às asiáticas Ali Express, Lojae e Ela dentro, ganhou espaço entre os compradores brasileiros nos últimos tempos, principalmente por causa da redução de custos. Porém, para representantes do setor produtivo nacional, parte dessa disputa não aconteceu “nas 4 cepas”.
A lei garante que o consumidor brasileiro fique isento do imposto de importação – cuja proporção é de 60% – em compras mundiais de até US$ 50 (cerca de R$ 250), desde que o remetente também possa ser pessoa física. O que significa que todos os pedidos cuja origem ou local de férias é uma entidade autorizada (empresa) estão sujeitos à tributação.
Em resposta à Roesler, uma parte das empresas que promovem nessas plataformas comércio eletrônico corporações mundiais se passam por pessoas para evitar fiscalização e, assim, despachar mercadorias sem cobrar imposto de importação e, por isso, mais barato para os compradores.
“O governo federal argumenta que alguns mercados simular a aquisição de uma organização para o patrono como uma operação entre duas pessoas físicas, para que essas pessoas jurídicas não paguem os impostos.”
“Além disso, alega-se que algumas empresas de comércio eletrônico não pagam impostos porque os vendedores estão fornecendo informações falsas para fins de sonegação de impostos, declarando dispositivos por preços muito baixos e até mesmo circunstâncias em que uma câmera digital é comprada, como um brinquedo é colocado, por exemplo”, acrescenta.
Resposta
Como medida para resolver o impasse e também melhorar a receita, o governo do presidente Lula chegou a introduzir o teto da isenção do imposto de importação para compras de pessoas, mas desistiu diante de repercussões adversas. Parlamentares ligados ao setor produtivo também fortaleceram a ofensiva para acabar com o que chamam de “contrabando digital”.
Para o deputado federal Eduardo Bismarck, é preciso encontrar uma estabilidade que garanta às pessoas importar mercadorias mais baratas, desde que autorizadas, sem com isso permitir que varejistas nacionais sejam prejudicados por concorrentes desleais.
“Qual é o objetivo desse imposto? É simplesmente contrapor o erário ou tirar e alocar isso na fabricação dos últimos empregos? Ou também devemos aliviar aqueles que estão produzindo aqui no Brasil para poder melhorar a capacidade de reindustrializar o país? Não é uma solução simples, mas temos que encontrar uma solução no andar central para que as pessoas continuem comprando mais barato, mas aquela cidade do país que possui uma fábrica de tecidos não vê pais perdendo seus empregos por causa das compras para lá na China”, diz.
Com informações de Brasil 61