Senai e Suzano vão investir R$ 16 milhões em projetos de bioeconomia

Para estimular o crescimento sustentável, o Serviço Nacional de Estudos Industriais (Senai) e a Suzano, empresa de celulose e papel, farão investimentos de R$ 16,1 milhões em 14 projetos de bioeconomia. As iniciativas estão ligadas a temas correspondentes à remoção de carbono, biomassa de eucalipto, agrofloresta e embalagens sustentáveis.

Dentre as diversas tarefas escolhidas, sete serão parceiras de startups, três de universidades e 5 de Institutos Senai de Inovação. O prazo para finalização da carteira é de 24 meses. A parceria visa fortalecer um setor pelo qual o Brasil tem potencial para ser um dos líderes mundiais, já que 20% da biodiversidade do planeta está aqui.

Com informações da Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI), o setor econômico de biotecnologia – um dos muitos segmentos da bioeconomia – pode agregar, nos próximos 20 anos, cerca de US$ 53 bilhões por 12 meses ao sistema financeiro brasileiro e gerar cerca de 217 mil novos empregos certificados. Para isso, as corporações do setor gostariam de especular US$ 132 bilhões ao longo de vinte anos.

Para o professor e especialista em Ecologia Industrial, Armando Caldeira, a bioeconomia está entre os pilares do chamado sistema financeiro redondo, uma ideia que busca dar maior aproveitamento aos produtos orgânicos e evitar o desperdício na cadeia produtiva.

“A bioeconomia está cada vez mais inserida em um ciclo dinâmico do sistema financeiro. E o sistema financeiro redondo consegue remodelar suprimentos e ferramentas que podem estar em fim de vida. São estes fornecimentos como fornecimento de matérias-primas para diferentes setores do sistema financeiro ou para um (setor) similar. Você consegue caracterizar um conjunto de benefícios financeiros, sociais e ambientais ao circular o sistema financeiro”, explica.

Caldeira destaca que cada um dos setores que usam o carbono como subsídio poderia tornar a manufatura muito menos poluente.

“Enquanto você pensa em bioeconomia com o uso de carbono verde, um carbono que veio do ar e foi incorporado pela usina, há uma seleção de setores financeiros (que podem lucrar), incluindo alimentos, corantes – que pertencem aos polímeros –, poder, remédios prescritos também”, enumera.

Leis continuam a ser um impedimento

Na opinião da Confederação Nacional do Comércio (CNI), uma das muitas prioridades para o avanço da bioeconomia no Brasil é a elaboração de leis, tanto para normas relacionadas ao uso da biodiversidade quanto para inovação e propriedade mental.

Na Câmara dos Deputados tramita um desafio (PLP 150/22) que cria uma abrangência nacional para desenvolver a bioeconomia no Brasil, com ideias, ponteiros e dispositivos do setor.

Entre os muitos autores estão os deputados Da Vitória (PP-ES), Francisco Jr. (PSD/GO), Zé Vitor (PL/MG) e Dr. Luiz Ovando (PP/MS), que fazem parte do Middle for Pesquisas e Debates Estratégicos. O Cedes é uma assessoria técnica da Câmara dedicada à avaliação e diálogo de pontos estratégicos de âmbito nacional.

De acordo com o deputado Da Vitória, a aprovação da matéria é fundamental para garantir a recuperação financeira e a geração de empregos, principalmente no pós-pandemia. “Fizemos uma análise intensiva sobre diversos estímulos de crescimento produtivo, que são componentes centrais para a recuperação financeira pós-pandemia. E analisamos uma abordagem pela qual poderíamos retomar o acontecimento da nação de forma sustentável. Pensamos em criar essa recomposição financeira, com estímulo na abrangência nacional da bioeconomia”, argumenta.

O parlamentar destaca que as leis servem de informação para as empresas planejarem ações voltadas para a bioeconomia. “Existe uma ampla linha de regulamentação vinculando todos os nossos órgãos obrigatórios, alterando os fundamentos que já existem e trazendo um determinado plano. Reunimos todas as leis, fizemos ajustes e direcionamos uma padronização de conduta para que corporações, empresários, possam se desenvolver de forma sustentável e vinculada a uma abrangência da bioeconomia”, afirma.

O PLP 150/22 dispõe que a governança da Cobertura da Bioeconomia Nacional ficaria a cargo do Conselho Setorial da Bioeconomia (CNBio). Um outro corpo, chamado de Técnica Nacional de Bioeconomia (Enbio) pode ser responsável por indicar objetivos propostos, ações, eficácia e indicadores de eficácia. O Sistema Nacional de Dados de Bioeconomia (Sinbio) teria a função de integrar dados financeiros, correspondentes a alternativas de mercado e novas ciências aplicadas.

De imediato, a pauta aguarda parecer do relator da Taxa de Integração Nacional e Aperfeiçoamento Regional da Câmara dos Deputados.

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Com informações de Brasil 61

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