Taxa de desemprego de 8,5% é a menor para abril desde 2015, diz IBGE

Taxa de desemprego de 8,5% é a menor para abril desde 2015, diz IBGE
Taxa de desemprego de 8,5% é a menor para abril desde 2015, diz IBGE

A taxa de desocupação no trimestre encerrado em abril deste ano (8,5%) é a menor para o período desde 2015, quando o indicador havia ficado em 8,1%. Na comparação com o ano passado, por exemplo, houve queda de 2 pontos percentuais, já que a taxa do trimestre encerrado em abril de 2022 foi de 10,5%.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) e foram divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Este também é o segundo ano consecutivo em que a taxa de desemprego não cresce em relação ao trimestre encerrado em janeiro, como costuma acontecer nesse período. Em 2022, a taxa caiu 0,7%. Neste ano, manteve-se estável.

Segundo a pesquisadora do IBGE Alessandra Brito, também não houve aumento da população desocupada, que se manteve estável em 9,1 milhões de pessoas. “O que explica porque essa taxa (de desemprego) ficou estável (na comparação trimestral) é porque a demanda (por trabalho) não aumentou estatisticamente como o esperado devido à questão sazonal”, diz ela.

Ela aponta ainda que a população subutilizada, que está desempregada ou que poderia trabalhar mais do que trabalha, ficou em 21 milhões de pessoas, ou seja, 2,5% a menos que no trimestre anterior (encerrado em janeiro) e 19,6% menor que o trimestre anterior. mesmo período do ano anterior (trimestre encerrado em abril de 2022).

A população fora da força de trabalho, ou seja, que não está trabalhando nem procurando emprego, aumentou, chegando a 67,2 milhões de pessoas. Houve aumentos de 1,3% em relação ao trimestre anterior e de 3,5% no ano.

“Quando vamos olhar a população fora da força, pode-se pensar que as pessoas desistiram de procurar porque o mercado está ruim, mas não é o que parece. A população desanimada diminuiu e a força de trabalho potencial também”, diz o pesquisador.

A população desanimada é formada por aqueles que gostariam de trabalhar e tinham disponibilidade, mas não procuraram trabalho por motivos diversos. Esse contingente atingiu 3,8 milhões de pessoas, 4,8% a menos que no trimestre anterior e 15,3% a menos que no ano passado.

A força de trabalho potencial compreende aquelas pessoas que procuraram trabalho, mas não estavam disponíveis, e aquelas que gostariam de trabalhar, mas não conseguiram. A dimensão deste grupo diminuiu 6,2% em termos trimestrais e 16,7% em termos interanuais.

“Não parece ser uma questão do mercado de trabalho, esse aumento de força. Não parece ser por desânimo em relação ao mercado de trabalho”, diz Alessandra. “Podem ser outros fatores, que são vários. Pode ser outra fonte de renda, opção da pessoa, opção de mais estudo, mais qualificação. E não podemos responder com os dados dessas divulgações (pesquisas) mais conjunturais”, afirmou.

Segundo o pesquisador, ao longo de 2022, a taxa de desemprego apresentou melhora em relação ao início da pandemia de covid-19 (anos de 2020 e 2021) e, nos últimos trimestres, vem apresentando estabilidade em torno de 8%.

Ocupação

O contingente de ocupados, ou seja, aqueles que estão trabalhando no país, situou-se em 98 milhões de pessoas, uma queda de 0,6% (menos 605 mil pessoas) em relação ao trimestre anterior e um aumento de 1,6% (mais 1,5 milhão de pessoas ) em relação ao ano anterior.

O nível de ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade ativa) atingiu 56,2%: queda em relação ao trimestre anterior (56,7%) e aumento na comparação com o ano anterior (55,8%).

A perda de postos de trabalho de janeiro a abril ocorreu principalmente nos setores de comércio, agricultura e serviços domésticos. O aumento em relação a abril de 2022 pode ser explicado pela abertura de postos nos segmentos de transporte, armazenagem e correios; informação, comunicação e atividades financeiras; e administração pública.

Informalidade

A taxa de informalidade no mercado de trabalho brasileiro atingiu 38,9% da população ocupada, ou seja, 38 milhões de pessoas. O percentual ficou abaixo do observado no trimestre anterior (39%) e no mesmo trimestre do ano passado (40,1%).

Os empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (que não realizam trabalho doméstico) totalizaram 36,8 milhões, estável em relação ao trimestre anterior e 4,4% superior (1,6 milhão de pessoas a mais) em relação ao ano anterior.

Os que trabalham sem carteira de trabalho assinada no setor privado (12,7 milhões) caíram 2,9% (menos 383 mil pessoas) no trimestre e ficaram estáveis ​​na comparação anual.

O contingente de trabalhadores por conta própria (25,2 milhões de pessoas) ficou estável nas duas comparações.

Os trabalhadores domésticos atingiram 5,7 milhões de pessoas, queda de 3,2% no trimestre e ficaram estáveis ​​em relação ao trimestre encerrado em abril de 2022.

Desempenho

O rendimento real usual foi de R$ 2.891, estável em relação ao trimestre anterior. Houve um crescimento de 7,5% em relação ao mesmo período do ano passado. A massa de rendimentos reais habituais (R$ 278,8 bilhões) também ficou estável em relação ao trimestre anterior e cresceu 9,6% na comparação anual.

Artigo atualizado às 11h05.

Foto de © Rovena Rosa/Agência Brasil
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