Tebet: sistema tributário gera “custo insustentável” e tira competitividade da indústria
Tebet lembrou que o Brasil tem mais de 400 mil diretrizes fiscais vigentes, conforme aponta o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). Esse “manicômio fiscal”, de acordo com o ex-senador do MDB, significa que as empresas nacionais devem gastar muito mais dinheiro e tempo do que concorrentes de outros países, o que torna seus produtos pouco competitivos nos mercados internacional e doméstico.
“Temos agora um sistema obscuro. Isso faz com que o setor produtivo, principalmente o empresarial, gaste caro só para entender o arcabouço tributário. Diz-se que, enquanto você precisa apenas de um contador para cada 500 funcionários no amplo mercado europeu, no Brasil precisamos de um contador para cada 200 funcionários. Esse Valor Brasil acaba se tornando insustentável. As indústrias brasileiras não podem ser agressivas e por isso temos que importar mercadorias cada vez mais e fechar fábricas no Brasil.”
O deputado federal Vitor Lippi (PSDB-SP) reconheceu que o sistema tributário brasileiro é o principal responsável pelo processo de desindustrialização pelo qual o país vem passando nos últimos anos.
“Nos últimos dez anos, perdemos 30.000 indústrias. Tínhamos 330.000 indústrias em 2013 e imediatamente temos 300.000. Ou seja, cerca de 1,4 milhão de empregos diretos. Como cada trabalho dentro da empresa gera três fora, estamos falando de 4 milhões de empregos perdidos. Empregos de qualidade, pessoas que tinham plano de saúde, que tinham consumo necessário, boas condições de trabalho e que está infligindo precariedade no Brasil”, identificou.
Coordenador do GT, o deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG) foi enfático ao destacar a importância da reforma para que o empresariado volte a ser protagonista no sistema financeiro nacional. “A reforma tributária é o bom instrumento da reindustrialização do país, que é essencial para uma nação.”
O que não pode faltar
Tebet não se posicionou se é ou não a favor de um imposto sobre valor agregado (IVA) único, que pode ser dividido entre as autoridades federais, estados e municípios, ou se prefere ou não um IVA duplo, por meio do qual o A assembléia da União é dissociada da assembléia dos entes subnacionais, conforme previsto na Proposta de Modificação da Estrutura (PEC) 110/2019, que tramita no Senado.
O ministro argumentou, no entanto, que é muito importante estabelecer consenso sobre alguns pontos da reforma tributária. Junto com a criação do ICMS, que poderá substituir pelo menos 5 impostos sobre o consumo (IPI, PIS, Cofins, ICMS e ISS), ela defendeu um intervalo de transição de 20 anos entre o modelo atual e o eventual homologado pelo Congresso. Nacional, o desconto de incentivos fiscais e a criação de um fundo para atender estados e municípios que, por ventura, percam receita com a reforma tributária em um primeiro momento.
“Acho que é um bom pontapé inicial para uma boa reforma tributária, que possa fazer com que o Brasil volte a se desenvolver de forma sustentável, duradoura, com tecnologia de empregos e, principalmente, renda, porque todos sabemos que o negócio setor, embora não seja o que mais emprega, é o que provavelmente gera empregos de maior qualidade, porque consegue pagar um salário acima do salário mínimo comum.”
Simplificação deve ser prioridade da reforma tributária
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Cumulatividade e guerra federal
Ao lembrar que a reforma tributária acabará com o Imposto sobre a Empresa (ISS), o deputado federal Newton Cardoso Jr. (MDB-MG) afirmou que a aprovação do IVA duplo, conforme proposta na PEC 110/2019, é a melhor alternativa para acalmar os espíritos dos salões das metrópoles das médias e grandes cidades, os principais opositores da extinção da ISS.
“Estamos extinguindo aqui o ISSQN, um tributo que atinge principalmente os prefeitos de cidades médias e grandes, porque eles (considerem) vão perder um pouco de gestão e autonomia sobre a tributação. taxa definitivamente promoverá o IVA gêmeo, o local da facilidade de administração, de tributação da parcela, é do município e do estado.”
O deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), relator da PEC 45/2019, que tramita na Câmara dos Deputados, afirmou que a reforma pode ter o condão de acabar com o acúmulo de impostos ao longo da cadeia produtiva. “O próprio imposto faz parte da base de cálculo do imposto que é calculado. É por isso que é tão estranho. É um imposto que se tornou um grau de cumulatividade máxima e que traz esse prejuízo do ponto de vista da eficácia e da produção de nossa nação de forma que temos, na verdade, uma nação agressiva, em decorrência disso o peso recai sobre os ombros de todos os brasileiros”, identificou.
Processo
O Grupo de Trabalho de Reforma Tributária da Câmara espera que as audiências terminem até o início de abril. A ideia do grupo é apresentar um relatório final sobre as discussões em Might, além do conteúdo textual a ser pensado pelo Congresso Nacional.
Com informações de Brasil 61