“Temos uma visão muito mais positiva da reforma tributária do que há quinze dias”, diz economista da Confederação do Comércio e Serviços

“Temos uma visão muito mais positiva da reforma tributária do que há quinze dias”, diz economista da Confederação do Comércio e Serviços
“Temos uma visão muito mais positiva da reforma tributária do que há quinze dias”, diz economista da Confederação do Comércio e Serviços
A Confederação Nacional do Comércio de Artigos, Empresas e Turismo (CNC) recebeu positivamente a proposta de reforma tributária que a Câmara dos Deputados homologou na última sexta-feira (7). Em entrevista ao Brasil 61, Fabio Bentes, economista sênior do CNC, mencionou que o conteúdo textual avançou em relação ao modelo preliminar introduzido em 22 de junho.

“Definitivamente, temos agora uma visão muito mais construtiva da reforma do que tínhamos, por exemplo, quinze dias atrás, mas ainda assim observamos alguns fatores que devem ser aprimorados. Imagino que haja espaço e possa para isso”, diz Bentes.

Segundo o economista, o atual sistema tributário é “caótico” e o CNC ajuda muitos dos fatores do Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/2019. Bentes diz que a adoção de tributos não cumulativos – que podem permitir ao setor produtivo reduzir o dinheiro devido – é “bastante construtiva” e tão importante quanto a definição do encargo de referência, que ainda não foi divulgada.

Evolução

O modelo preliminar da PEC previa que os serviços de sete segmentos teriam tarifas reduzidas à metade da tarifa de referência. Ou seja, em uma situação em que o duplo Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), que substitui IPI, PIS, Cofins, ICMS e ISS, é de 25%, esses itens teriam encargos de 12,5%.

Eles adquiriram terapia completamente diferente nesse modelo:

  • Treinamento;
  • Bem estar;
  • Dispositivos médicos;
  • Medicação;
  • Transporte público urbano, semi-urbano ou metropolitano;
  • Mercadorias agrícolas, pesqueiras, florestais e extrativistas vegetais in natura;
  • Insumos agrícolas, refeições destinadas à alimentação humana e artigos de higiene pessoal;
  • Ações criativas e culturais de âmbito nacional.

No final de junho, o CNC publicou uma pesquisa que estimava um aumento de até 260% na carga tributária das empresas, caso fosse aprovado um IVA de 25%. Isso é capaz de provocar um aumento de mais de R$ 200 bilhões na arrecadação de impostos pelo setor terciário.

A pesquisa identificou que, para neutralizar o aumento sem comprometer o fluxo de caixa das empresas, três em cada dez vagas formais poderiam ser fechadas, totalizando 3,8 milhões de desempregados. O setor é responsável por cerca de 60% dos empregos formais no país.

Na faceta do comércio, a pesquisa identificou que o comércio a retalho de calçado, artigos de couro e de viagem (41,2%), comércio grossista de calçado e artigos de viagem (37,3%), comércio grossista de aparelhos e artigos de uso privado e doméstico (32,2%) , varejo de roupas e niknaks (31,8%) e varejo de materiais, armarinhos, roupas e calçados (31,4%), talvez sejam os mais afetados.

Nas empresas, provavelmente os mais onerados podem ser ações de lazer e cultura (171%), empresas privadas (160%), escolha, empresa e contratação de mão de obra (157%), empresas de hospedagem (153%) e empresas de ações de edificações e paisagismo (145%).

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Na reta final das negociações antes da aprovação da proposta, Ribeiro elevou de 50% para 60% o desconto na carga dos sete segmentos privilegiados na primeira versão da PEC, além de ter acrescentado as próximas ações à lista :

  • Transporte coletivo ferroviário e aquaviário;
  • Gadgets de acessibilidade para pessoas com deficiência;
  • Medicamentos e produtos essenciais para cuidados com a saúde menstrual;
  • Produções jornalísticas e audiovisuais e ações de atividades esportivas;
  • Itens e empresas associadas à segurança e soberania nacional, segurança da informação e segurança cibernética.

Assim como, empresas de hospedagem, parques de diversões e parques temáticos, restaurantes e aviação regional foram incluídos na lista daqueles que podem obter tratamento diferenciado dentro do novo sistema tributário.

Segundo Fabio Bentes, as concessões têm sido cruciais, porque a capacidade do setor de serviços de obter crédito bom pela redução dos preços de entrada é muito menor do que a do comércio, por exemplo.

“Estamos caminhando na direção de oferecer uma cobrança diferenciada para um setor que tem capacidade restrita de gerar crédito tributário. Vemos o diálogo evoluindo. Isso é excelente. O CNC continua a tentar melhorar a compreensão do sector das empresas. E imaginamos que teremos avanços dentro do Senado”, avalia.

O entendimento é que a velocidade reduzida em 60% para uma parte de itens e empresas é “muito barata”. Há cerca de seis meses, o CNC determinou a cobrança de 10,7% de IVA. Em um estado de coisas onde a taxa de IVA de referência é 25%, a taxa reduzida permanecerá na faixa de 10%. “Está de acordo com nossas expectativas para muitos dos setores que caracterizamos”, diz o economista.

Ele afirma que o objetivo da entidade no segundo semestre pode ser persuadir os senadores a incorporar diferentes segmentos que utilizam cargas entre esses que podem ter ICMS diferenciado.

Com informações de Brasil 61

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