Tesouro capta US$ 2,25 bi no exterior com juros mais altos

Tesouro capta US$ 2,25 bi no exterior com juros mais altos

O Tesouro Nacional captou US$ 2,25 bilhões de investidores internacionais com juros elevados em relação às últimas emissões. O dinheiro veio da emissão, nesta quarta-feira (5), de US$ 2,25 bilhões em títulos da dívida externa com vencimento em outubro de 2033.
A taxa obtida na emissão dos títulos de dez anos somou 6,15% ao ano. No Último lançamento desse tipo de papel, em junho de 2021, a rentabilidade havia sido de 3,875% ao ano. Apesar das taxas mais altas, fontes do Tesouro dizem que as taxas ficaram abaixo do esperado em 6,5% ao ano.

No nível mais alto para os títulos de dez anos desde novembro de 2006, os juros obtidos na quarta-feira se devem principalmente ao recente aumento das taxas básicas dos EUA, que sobem desde 2022. Como a taxa final depende do rendimento dos títulos dos EUA, Considerado o investimentos mais seguros do mundo, acrescidos de um prêmio de risco, também subiram as taxas de juros dos títulos brasileiros.

As baixas taxas de juros indicam pouca desconfiança dos investidores de que o Brasil não conseguirá pagar sua dívida. Em tempos de crise econômica e alta das taxas externas como a atual, os estrangeiros passaram a cobrar juros mais altos para comprar títulos brasileiros.

Apesar da alta dos juros no exterior, o Tesouro informou que os títulos brasileiros foram bem recebidos no exterior. A demanda por papéis brasileiros superou as expectativas, chegando a US$ 8,5 bilhões.

Segundo a agência, o mercado internacional estava sendo monitorado e na quarta-feira havia uma janela de oportunidade (bom momento) para realizar a emissão.

Ao emitir títulos da dívida externa, o governo toma dinheiro emprestado de investidores internacionais com o compromisso de devolver os recursos com juros. Isso significa que o Brasil devolverá o dinheiro daqui a vários anos com o reajuste de juros acordado de 6,15% ao ano para títulos com vencimento em dez anos.

Espalhar

O spread, que é a diferença entre os títulos brasileiros de dez anos e os títulos do Tesouro dos Estados Unidos com o mesmo vencimento, aumentou. A taxa dos papéis brasileiros foi 285,4 pontos base (2,854 pontos percentuais) superior à dos papéis americanos. Na edição anterior, em junho de 2021, a diferença havia sido de 240,2 pontos (2.402 pontos percentuais).

Os recursos captados no exterior serão incorporados às reservas internacionais do país no dia 13 de abril. Segundo o Tesouro Nacional, o principal objetivo da emissão de títulos no exterior não é reforçar a moeda do país, mas servir de referência para empresas brasileiras que pretendem captar recursos em mercado financeiro internacional.

Foto de © Valter Campanato/Agência Brasil
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