Tesouro pretende lançar títulos sustentáveis a partir de setembro

Títulos federais emitidos no exterior atrelados a compromissos com o meio ambiente. Em vez de receber mero interesse financeiro, os investidores estrangeiros receberiam a receita de um projeto sustentável. Segundo o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, o governo quer estar pronto para lançar esses papéis no mercado internacional a partir de setembro.
“A data adequada, entre setembro, outubro e novembro, vai depender da janela do mercado. É uma posição estratégica para o Tesouro encontrar a melhor janela de oportunidade para realizar as questões”, disse o secretário após a primeira reunião do Comitê Soberano de Finanças Sustentáveis.

Lançado no mês passado, este comitê é presidido pelo Secretário da Fazenda e tem como responsabilidade a elaboração das regras para a emissão de títulos sustentáveis. Emitidos pelo Tesouro, esses títulos serão lastreados por recursos do Orçamento Geral da União destinados ao desenvolvimento sustentável, incluindo ações e projetos ambientais e sociais.

O comitê ficará encarregado de elaborar um marco legal, que apresentará aos investidores os compromissos do Brasil nas agendas ambiental, social, de governança e finanças, além de trazer as diretrizes e os critérios que a União adotará para lançar os valores mobiliários no mercado .

“Já temos um rascunho discutido, temos algumas melhorias e sugestões. Agora, é um trabalho de consolidar as contribuições (de outros ministérios). Há uma nova reunião que acontecerá em julho e devemos ter o quadro fechado para iniciar uma avaliação independente sobre a adequação desse quadro e então estamos prontos para começar road show (apresentações para investidores estrangeiros)”, detalhou o secretário.

Segundo Ceron, esses títulos representarão um passo importante para o país implementar a agenda de governança ambiental e social (ESG). “Há uma grande apetência e interesse dos investidores estrangeiros nesta agenda e esta reunião foi mais um passo”, declarou.

Treinamento

Além do Tesouro Nacional, participam do Comitê Soberano de Finanças Sustentáveis representantes dos seguintes órgãos: Ministérios da Agricultura e Pecuária; Ciência, Tecnologia e Inovação; de Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar; Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome; Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços; Integração e Desenvolvimento Regional; o Ambiente e as Alterações Climáticas; Minas e Energia; Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda; e Secretaria de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento e Orçamento.