Transpetro prepara estudo para retomada da construção de navios no Brasil

Transpetro prepara estudo para retomada da construção de navios no Brasil
Transpetro prepara estudo para retomada da construção de navios no Brasil

O presidente da Transpetro, Sérgio Bacci, anunciou nesta quinta-feira (4) que a prioridade da nova gestão é voltar a construir navios no Brasil. A subsidiária da Petrobras possui atualmente 26 navios e contrata os serviços de outros dez de origem estrangeira. A empresa criou um grupo de trabalho interno para fazer um levantamento em até 60 dias sobre as demandas do setor, a situação dos estaleiros e os custos envolvidos nas operações. Além disso, há negociações com órgãos do governo federal para que a construção de navios entre na lista de prioridades de investimentos, por entender que há um grande potencial de geração de empregos.
Bacci garantiu que o esforço será acompanhado de uma preocupação com a probidade financeira e administrativa, a começar pela criação de mecanismos para evitar desvios e operações ilícitas.

“Vamos construir navios, mas não será a qualquer preço e a qualquer momento. Precisamos de parâmetros para evitar problemas”, disse o presidente. “Na terça-feira, fui a Brasília visitar a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas da União (TCU) para que eles acompanhem esse projeto de construção naval desde o início. Quero um acompanhamento de perto dos órgãos de controle. E as duas instituições se disponibilizaram para fazer esse trabalho”.

Em termos financeiros, a Transpetro informou que tem superávit e não tem problemas de caixa. Entre as fontes de recursos disponíveis está o Fundo da Marinha Mercante, criado em 1958 para financiar a indústria naval. Mas a empresa também se junta à Petrobras e ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na Comissão Mista que discutirá outras possibilidades de investimentos.

Bacci reforçou que as discussões sobre a privatização da empresa são um divisor de águas. O foco agora é retomar as licitações, ampliar a clientela, aumentar a capacidade operacional e os serviços oferecidos pela empresa.

“Para que a indústria naval seja efetiva, ela precisa ser perene, com demanda de longo prazo. E infelizmente, aqui no Brasil, você vive com altos e baixos. Tem dez anos de forte construção naval, depois fica mais dez anos sem encomendas. Precisamos construir o projeto pensando no país, não no governo. Tem que ser um projeto de Estado. Independentemente de quem esteja no comando, o projeto deve sempre continuar.”

Para acelerar a construção, uma das formas é incentivar os estaleiros parados a retomarem as obras. Nesse sentido, a Transpetro também disse ter avançado nas conversas com o TCU e a CGU.

“O estaleiro faz parte de um grupo econômico, que fez um acordo de leniência, ou seja, o problema está pago. Se você fechou negócio, não tem porque não ser contratado. Isso é uma das coisas que eu discuti com a CGU e eles concordam. Então, nós temos esse tipo de estaleiro que é uma solução rápida. Há quem não tenha feito acordo de leniência, mas a CGU está aberta à conversa. Precisamos superar essa fase. Se não, algum dia voltaremos a contratar no Brasil? Vamos continuar contratando tudo na China? É isso que queremos para o país? Precisamos seguir em frente”.

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