Varejo acompanhará de perto a próxima reunião do Copom para definir taxas de juros
A queda da taxa Selic é vista pelos representantes do varejo como uma das muitas circunstâncias para o setor se desenvolver novamente nas faixas observadas entre 2001 e 2013, como mostra o Brasil 61.
O grau de curiosidade, hoje em 13,75%, divide os especialistas. De um lado, há quem defenda que é preciso atender a uma norma transparente do governo federal quanto ao comprometimento das contas públicas e ao arrefecimento da inflação antes que o Financiador Central comece a reduzir a taxa Selic. Por outro lado, há quem tema que a cobertura financeira prejudique o desenvolvimento financeiro e, por conta disso, defenda que as taxas de juros comecem a cair o mais rápido possível.
Mas não é apenas o governo federal ou os economistas que estão avaliando cuidadosamente a próxima assembléia do Copom. O setor produtivo, seja ele empresarial, comercial ou agrícola, também segue atentamente as taxas de juros. A Confederação Nacional dos Lojistas (CNDL), por exemplo, publicou um estudo através do qual avalia que um desconto direto nas taxas de juros não está disponível no horizonte do mercado, mas que é muito importante entender como o Comitê abordará sua resolução minutos para entender quais seriam as etapas subsequentes da cobertura financeira.
Merula Gomes, especialista em finanças do CNDL, analisa a situação das taxas de juro. “Embora o mercado e os analistas realmente suponham que a taxa de juros esteja excessiva, a previsão da Focus e do mercado é de que não haverá queda, pelo menos nesta próxima assembléia. Nas últimas ocasiões, o Bacen tem mantido as expectativas de mercado, ao mesmo tempo em que está alinhado. É um ambiente menos inseguro e as pessoas podem lidar melhor com o que está acontecendo”.
Pontuação de crédito
A curiosidade do varejo nas taxas de juros se deve ao fato de que o acesso ao crédito é mais difícil e caro em tempos de aperto financeiro. Com base na CNDL, a taxa comum de juros do cheque especial empresarial atingiu 322% ao ano em março. A cobrança do rotativo do cartão bancário da empresa foi de 296%.
Com base em Merula Gomes, são principalmente as pequenas empresas que tendem a sentir mais as taxas de juros mais altas. Ela explica que o desconto da curiosidade deve contemplar o equilíbrio das contas públicas e que não pode ser “caneta”. No entanto, ela ressalta que o tamanho da curiosidade traz impactos para o varejo.
“Com esse problema, o empresário acaba tendo medo de fazer novos investimentos, principalmente contratações, que é um repasse caro. Assim, ele evita fazer novos investimentos, pois muitas vezes ele pode querer se financiar e, nessa transferência, a cobrança de taxas de juros excessivas também inviabiliza iniciativas ainda mais, pois quando vamos calcular a viabilidade de um desafio, uma das muitas cobranças fundamentais que utilizamos é a taxa de juros”.
Embora a obtenção de pontuação de crédito possa continuar a ser difícil de entrar e cara, a oferta deve melhorar em 2023. De acordo com a Febraban, o setor bancário inicia uma evolução da carteira de hipotecas fechada para 8% neste ano.
Com informações de Brasil 61