Varejo apoia imposto digital nas importações do e-commerce
O presidente do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV), Jorge Gonçalves Filho, afirmou hoje (20), em São Paulo, que as empresas do setor consideram o plano de cobrar tributos nas importações de plataformas digitais um “primeiro passo” positivo ”. empresas estrangeiras, sugerido no início da tarde pelo ministro das Finanças, Fernando Haddad.
Segundo o ministro, o Brasil pode seguir uma solução adotada por alguns países – conhecida como imposto digital (impostos digitais) – para tributar produtos de varejo importados. O imposto é declarado pelo vendedor no país de origem do produto e recairá sobre a empresa vendedora e não sobre o consumidor final. Dessa forma, o imposto de importação é cobrado na origem e não na chegada (da mercadoria) ao Brasil.
“Hoje, quando a mercadoria chega ao Brasil e passa por uma fiscalização (e é tributada), o consumidor tem que pagar esse imposto (que inicialmente não estava previsto). Agora, isso se tornará transparente. no preço (inicial), e o preço, se for competitivo, ótimo”, disse o presidente do IDV.
“Portanto, esta é uma medida que, ao que nos parece, será um primeiro passo que iremos apoiar, que é tornar o imposto devido na transação (inicial)”, acrescentou.
regras idênticas
Jorge Gonçalves, que se reuniu com Haddad durante a tarde, afirmou que o plano do governo é fazer com que varejistas estrangeiros e empresas nacionais trabalhem sob as mesmas regras.
“O ministro referiu que, pela manhã, tinha falado com uma dessas plataformas (estrangeiras), que vai ter um plano de adaptação a este tipo de comércio. Haverá um plano de adaptação, todos no país trabalharão sob as mesmas regras. Ou seja, podemos ter a perspectiva de que a competição será mais justa. Isso é muito bom, entendemos que é um passo importante”, destacou.
Ele avaliou que não haverá aumento da carga tributária, mas apenas mudança na forma de cobrança do imposto de importação.
“Na nossa visão, não há aumento de carga, nem para o consumidor, nem para a empresa. Vamos simplesmente seguir o que está estabelecido. Nosso concorrente lá fora pode definir o preço que quiser. Se ele quiser incluir (o imposto) no preço, que já deveria estar pagando, ótimo”, frisou.
Preço
O presidente do IDV disse ainda que apresentou uma série de sugestões do setor para consideração do ministro, e que o instituto foi convidado a participar do grupo de trabalho do governo que discute o tema.
“Além do preço, que é o mais visível para o consumidor, o tema envolve a questão, por exemplo, do produto ser certificado. Aqui no Brasil, se compramos um brinquedo, esse brinquedo passou pelo selo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), passou pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), tem vários pontos e vamos trabalhar para que o país seja um país aberto”, concluiu.