BNDES pretende dobrar concessão de financiamento neste ano

BNDES pretende dobrar concessão de financiamento neste ano

Principal instituição de desenvolvimento do país, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pretende financiar R$ 50 bilhões em projetos este ano, disse nesta segunda-feira (24) o presidente da instituição financeira, Aloizio Mercadante. O valor representa o dobro do ano passado.
“Trouxemos um pouco para o nosso portfólio de projetos, que é muito forte. Tivemos um crescimento de 207% nos novos projetos que entraram no BNDES. E este ano a perspectiva é financiar R$ 50 bilhões, o dobro do ano passado”, afirmou Mercadante após encontro com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Segundo Mercadante, o BNDES precisa de novos instrumentos de financiamento para atender às políticas públicas em desenvolvimento, como o novo Programa de Aceleração do Crescimento, a nova política industrial e o Pacote de Transição Ecológica, também chamado de Pacote Verde.

“Há uma forte pressão por investimentos, há grande motivação para investir nesse novo ambiente, há expectativa de queda dos juros e novos instrumentos de financiamento que acelerem os investimentos”, declarou Mercadante. Segundo ele, o banco já financiou mais exportações no primeiro semestre do que em todo o ano passado e aumentou em 56% o financiamento para micro, pequenas e médias empresas neste ano.

O presidente do BNDES também anunciou que, em breve, o banco concederá financiamento para inovação e digitalização atrelados à Taxa Referencial (TR), que totalizará no máximo 3% ao ano. “Isso deve contribuir para acelerar os investimentos do setor”, declarou. Os financiamentos tradicionais do BNDES são atualizados pela Taxa de Longo Prazo (TLP), que acompanha o preço de mercado dos títulos públicos atrelados à inflação.

Fundo Climático

Mercadante também anunciou que o Fundo Clima, administrado pelo banco e que financia ações de transformação ecológica, receberá mais R$ 620 milhões neste semestre. O fundo financia projetos de redução de emissões de gases de efeito estufa e de adaptação às mudanças climáticas.

“Vamos ter agora um acréscimo de cerca de 620 bilhões de reais no Fundo Clima, que é gerido pelo BNDES e é um fundo que o Brasil tem imenso potencial para captar recursos lá fora, o chamado títulos verdesfundos verdes, que podem alavancar a capacidade de financiar investimentos para o desenvolvimento”, comentou.

GORDO

Mercadante também reclamou do déficit do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), uma das principais fontes de recursos do BNDES. Pelas estimativas do governo, o Fundo deve encerrar o ano com déficit de R$ 4,3 bilhões, mesmo recebendo aporte de R$ 1,7 bilhão do Tesouro. Segundo ele, o Congresso precisa resolver a destinação dos recursos do fundo, que passou a destinar parte dos recursos para a Previdência após a aprovação da reforma da Previdência.

“A equação do FAT tem que passar pelo Congresso Nacional. O FAT não foi concebido para financiar a Seguridade Social”, criticou Mercadante. Ele disse que o BNDES não vai reembolsar parte dos empréstimos concedidos pelo banco com recursos do fundo, apesar da possibilidade estar prevista na legislação.

Criado na Constituição de 1988, o FAT é constituído pelas arrecadações do Programa de Integração Social (PIS) e do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep). O fundo repassa 40% dos recursos do BNDES para reforçar o capital do banco de fomento para emprestar ao setor produtivo. Os 60% restantes vão para o Ministério do Trabalho, que utiliza os recursos para pagar abonos salariais, seguro-desemprego e realizar programas de qualificação profissional.

Mais cedo, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, se reuniu com Haddad e disse estar preocupado com a expectativa de déficit do FAT para este ano.

Foto de © José Cruz/Agência Brasil
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