Petrobras anuncia transferência de tecnologia para fornecedores

Petrobras anuncia transferência de tecnologia para fornecedores

Empresa com mais patentes no Brasil, a Petrobras anunciou que vai transferir tecnologia para o mercado fornecedor estatal. São 214 segredos industriais desenvolvidos pela empresa que podem ser utilizados, aprimorados e explorados comercialmente por outras empresas.
A estatal espera obter dois benefícios com a transferência de conhecimento técnico, sendo um deles o salto tecnológico dos fornecedores, que poderão oferecer serviços mais avançados e eficazes aos negócios da Petrobras.

O segundo é o retorno financeiro, já que as empresas que fizerem a exploração comercial das patentes terão que pagar royalties (taxa cobrada em troca do uso de um ativo) à Petrobras. A empresa estima que o royalties poderia gerar R$ 10 milhões por ano, se todas as patentes fossem exploradas.

Para a estatal, o licenciamento de patentes é uma aposta no potencial da inovação para gerar impacto positivo no país. “Queremos, de forma colaborativa, impulsionar a inovação não só da Petrobras, mas de todo o setor de energia”, disse o diretor de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, Carlos Travassos, no site da empresa.

Áreas de experiência

As tecnologias de ponta que serão compartilhadas abrangem áreas como exploração de fontes de combustível, produção, refino e sustentabilidade.

Entre as patentes expostas, estão, por exemplo, sistemas de captação de dióxido de carbono para aplicação veicular, que podem contribuir para a redução das emissões de gases de efeito estufa, responsáveis ​​pelo aquecimento global.

A expertise que pode ser utilizada pelos fornecedores nasceu no Centro de Pesquisa e Inovação da Petrobras (Cenpes), no Rio de Janeiro. “Nossa expectativa é que a medida contribua para a implantação dessas tecnologias e que elas sejam aplicáveis ​​em áreas relevantes para a empresa e para o setor”, disse a gerente executiva do Cenpes, Maíza Goulart.

Adesão

O uso das 214 patentes é válido por um ano. As informações técnicas são registradas no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), órgão governamental responsável pelo depósito e concessão de patentes no país. As empresas que aderirem ao acordo de licenciamento terão acesso à tecnologia protegida para desenvolver produtos e serviços. No caso de uso comercial, pagarão um percentual à Petrobras – que varia de acordo com a tecnologia (de 1% a 10%).

“É uma licença, não uma transferência de tecnologia. Na transferência, a Petrobras perderia os direitos da patente, mas no licenciamento a empresa mantém a propriedade, permitindo que terceiros a utilizem”, explicou Maíza.

Se mais de uma empresa tiver interesse na mesma patente, ambas poderão ter acesso aos dados. As ofertas de licenciamento podem ser acessadas em site fazer Programa Petrobras Conexões para a Inovação.

Para os interessados, uma vantagem é que não é necessário pagamento prévio antes mesmo de explorar comercialmente a tecnologia criada pela estatal, ou seja, eles só pagarão royalties se eles “ganharem dinheiro” usando a patente.

Caso a empresa licenciada aperfeiçoe a tecnologia, é garantida a propriedade do empreendimento. Nesse caso, a Petrobras se reserva o direito de obter a licença de uso das benfeitorias.

campeão de patentes

A Petrobras é a campeã no Brasil em número de patentes ativas, com 1.100 registros no país, e planeja investir US$ 2,1 bilhões (cerca de R$ 10 bilhões) em transformação digital e inovação até 2027.

A estatal foi destaque no Prêmio ANP de Inovação 2022, da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. A empresa conquistou o primeiro lugar em quatro das cinco categorias disputadas.

De acordo com o Boletim Mensal da Propriedade Industrial do INPI, divulgado em junho, de janeiro a maio de 2023, o Brasil recebeu 9.803 pedidos de patentes de invenção. A maioria são pessoas físicas (38%), seguidas de médias e grandes empresas (25%); instituições de ensino e pesquisa e governo (24%); e microempreendedor individual, micro e pequena empresa (12%).

Foto de © Fernando Frazão/Agência Brasil
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